quarta-feira, 7 de setembro de 2022

As duas faces do 7 de Setembro

 


As duas faces do 7 de Setembro mostram-se nas ruas: se de um lado temos quem apenas se reduz a conveniência de relembrar o que teria sido o “dia da independência do Brasil”, por outro temos desde os anos 90 o Grito dos Excluídos feito por e para àqueles que entendem a presente data como em nada relacionada à verdadeira emancipação do populacho brasileiro.

Seja pelas mãos da Família Real ou da Família Bolsonaro, a população é tratada como mera massa de manobra por aqueles que negam a capacidade transformadora do Poder Popular, nossa única e verdadeira arma contra a brutalidade capitalista das elites historicamente vêm envenenando as nossas e os nossos com seus ideais protofascistas de “Deus, Pátria e Família”. Mas afinal, para quem serviu (e serve) a tal Independência!? Essa “divisão” do dia 7 de Setembro entre os que comemoram e os que lutam reflete os conflitos de classe que vêm se acumulando, conflito este que vêm se acumulando gradativamente até um ponto de quebra – que nos parece perigosamente próximo.

O perigo das constantes demonstrações públicas de um reacionarismo que perdeu a vergonha de se mostrar vai para além de qualquer ladainha golpista dos setores bolsonaristas (cada vez mais acuados e propensos a tomar apressadamente medidas desesperadas); o dia 07/09 converte-se uma vez mais no período onde são difundidas narrativas que abertamente apelam para toda a ala retrógrada da política, bombardeando as massas populares com um nacionalismo cego e hipócrita.

Em Salvador (como reflexo da Bahia, e de tantos outros cantos do Brasil) de um lado temos a burguesia que sai de seus bueiros, em clima festivo, para alardear sua propaganda reacionária na orla e em seus bairros nobres. Enquanto de outro lado os excluídos gritam para ser escutados pelas suas irmãs e irmãos das classes trabalhadoras no centro da cidade. Não vivemos numa sociedade que se dividiu e precisa ser reconciliada (como tentam nos convencer os traidores reformistas ou os progressistas liberais); vivemos numa sociedade que foi violentada por séculos de exploração dos de cima para com os debaixo, portanto não queremos fazer as pazes com patrões, senhores de engenho e seus lacaios… NÓS QUEREMOS VINGANÇA!

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